Todos os textos são de Aluney Elferr

Como Eu Devo Contar para Família que Meu Namorado Usa Drogas ?

 

A intimidade e a cumplicidade são importantes no namoro. Há segredos que são só do casal. Quando um dos dois resolve contá-los a outras pessoas, o outro entende isso como traição e muitas vezes se afasta. Como o uso de drogas é envolto por muitos preconceitos e medos, acabam muitas vezes se tornando 'um segredo do casal'.

No entanto, a situação às vezes foge ao controle, vai ficando pesada, misturada com histórias de uso abusivo, perda do controle, violência, envolvimento com contravenções, além de outros. Enfim, não dá mais para ficar só na conversa. Torna-se necessário envolver outras pessoas, entre estas as famílias de ambos.

Em primeiro lugar, compartilhe com ele a sua preocupação e diga que você acha que os pais dele precisam saber. A melhor atitude nestes casos é incentivá-lo a falar com os pais. Diga que você está do lado dele, que pode contar com a sua ajuda para esta conversa difícil e para buscar ajuda. Se recusar, você pode achar que deve contar aos pais dele, mas antes de fazê-lo avise-o.

Muitas vezes, vocês não são ainda tão íntimos, a ponto de você falar diretamente com os pais. Procure então alguém de sua confiança e com quem já tenha intimidade (um primo, um tio, um irmão) para dividir a responsabilidade com você sobre o que seria melhor para seu namorado. Conte suas preocupações e os motivos que lhe levaram a contar o problema. Assim, você faz a sua parte e cria ao mesmo tempo condições para o sucesso do tratamento.

 

O Perigo Está em Casa

Sem saber que correm sérios riscos, adolescentes consomem coisas caseiras, como temperos, produtos de limpeza, remédios e até fita de vídeo, com o objetivo de ficarem "loucos".

Tem muita gente fazendo besteira na ânsia de ficar "louco". Se as drogas ilegais são muitas vezes de difícil acesso, muitos adolescentes partem para produtos que estão dentro de casa ou para remédios que podem ser comprados na farmácia sem receita médica. Vale tudo para matar a curiosidade, de temperos caseiros e produtos de limpeza a um bizarro e nocivo chá de fita de vídeo.

São conhecidas como drogas de fácil acesso e normalmente há um verdadeiro arsenal delas dentro de casa, segundo o Terapeuta Aluney Elferr, do INB (Instituto Naf Brasil). "As drogas vêm se convertendo em meros produtos comerciais, encontrados em gôndolas de supermercado." O problema é que esse consumo produz danos graves à saúde e, dependendo da predisposição da pessoa, pode até matar.

Ele compara esse tipo de atitude com uma roleta-russa: "Esses jovens estão entrando em uma área desconhecida. É muito raro um adolescente fazer um ckeck-up, então eles não sabem se podem ter um ataque cardíaco, um problema renal ou uma convulsão por causa dessas substâncias."

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A Família e as Drogas

 

É muito comum ouvirmos afirmações do tipo: Eu nunca pensei que isso fosse acontecer na minha família! É claro que ninguém espera, e muito menos deseja, que um membro da família, ou um amigo, venha a se envolver com drogas.

Mas, infelizmente, isto pode acontecer. Principalmente com as proporções epidêmicas que o uso e o abuso das drogas vem atingindo no mundo inteiro, inclusive aqui, perto de nós.

O problema, muitas vezes, começa na própria família, com drogas lícitas como o álcool, o cigarro, os medicamentos e outros produtos, que aparecem entre as principais causas de morte evitáveis.

O combate pode ser feito por várias ações: a repressão ao tráfico, a redução da produção e, principalmente, pela prevenção, reduzindo o consumo e evitando que as pessoas comecem a consumir. É a ação mais eficaz, sem dúvida, e pode ser praticada por todos nós.

Como Ajudar os Filhos?

Afeto: Manifestações de carinho e amor são sempre bem vindas. Abrace, beije, incentive os filhos, mesmo em público. Fortaleça os vínculos entre os membros da família, incentivando o clima de afetividade, sinceridade e companheirismo entre todos.

Ambiente: Reduza a influência negativa que possa vir de outros grupos. Faça com que o ambiente familiar seja atrativo e aconchegante. Faça com que seu filho se sinta bem em sua própria casa.

Diálogo: Ache tempo para conversas e consultas freqüentes sobre qualquer assunto. Reserve um tempo especial para cada membro da família. Mantenha em casa um clima de diálogo franco e aberto. Converse com seus filhos sobre o consumo de álcool e de outras drogas, mas também sobre demais assuntos que fazem parte de seus interesses.

Exemplo: Álcool e cigarro são drogas lícitas, mas evite consumi-las, se não quiser estimular os filhos a fazer o mesmo. Viva o que você recomenda aos seus filhos. Mesmo que os contestem ou questionem, terão nos pais os melhores exemplos e guias.

Liberdade: Mais autonomia significa maior capacidade de decisão. Incentive a responsabilidade de cada um. Respeite os valores e os sentimentos de seu filho. Evite criticá-lo o tempo todo.

Modelo: Cuide para que a relação com os filhos seja fundamentada na confiança e no respeito. Isso cria um modelo de comportamento para eles. Os jovens precisam de bons modelos.

Ocupação: Encoraje as atividades criativas e saudáveis de seus filhos, ajude-os a lidar com as pessoas de seu meio, motive-os a tomar decisões, ensine-os a assumir responsabilidades e estimule-os a desenvolver valores fortes e o senso crítico diante das mais diferentes situações, inclusive das drogas.

Participação: Tome decisões em conjunto, assim todos percebem que suas opiniões e pontos de vista são respeitados.

Presença: Reforce as relações familiares, participe mais das atividades dos filhos. Cresça com seus filhos.

Prevenção: Explique sempre aos filhos quais são os riscos do uso de drogas. Ensine-os a não experimentá-las.

Princípios: Evidencie os princípios espirituais, em contraposição aos valores materiais.

Regras claras: Imponha limites. Quando fizer alguma proibição, não deixe dúvida sobre suas razões. O amor de pai e de mãe precisa ser exigente. Esse amor acompanha, coloca limites, exige comportamentos, orienta respostas, deixa as regras claras e alerta para os sinais de fraqueza. Confie em seus filhos. 
Educando com Valores

A educação dos filhos é uma das tarefas mais importantes que podemos realizar, mas é também aquela para a qual menos nos preparamos. Quase todos aprendemos a ser pais seguindo o exemplo que nos deram nossos próprios pais.

Hoje em dia, a extensão do uso do álcool e de outras drogas a nossos filhos, famílias e comunidades tem uma força que era desconhecida até 30 ou 40 anos. Sinceramente, somos muitos os que necessitamos de ajuda para enfrentarmos esta temível ameaça à saúde e ao bem estar de nossos filhos. Por sorte, também temos mais informações sobre o que funciona para prevenir que estes usem drogas.

Como pais, podemos utilizar este progresso em benefício de nossa família.

Ensinando Princípios Universais

Cada família tem suas expectativas de conduta que vêm determinadas pelos princípios. Com muita freqüência são estes princípios que ajudam nossos filhos a decidir que não tomarão álcool nem outras drogas.

Os princípios sociais, familiares e religiosos são os que dão aos jovens os motivos para dizer "não" e os que os ajudam a manter sua decisão.

Provavelmente, você já sabia disto e, certamente, já o havia posto em prática em sua casa. Mas não será demais examinar nossas ações como pais. Algumas maneiras que ajudam a clarear os princípios familiares:

Comunicar os princípios abertamente. Falar sobre a razão da importância de princípios como a honestidade, a fidelidade, a integridade, a confiança em si mesmo e a responsabilidade, assim como da utilidade que eles tem para ajudar seus filhos a tomar decisões corretas.

Ensine a seus filhos que cada decisão se baseia em uma decisão anterior, tomada quando se está formando o caráter, pelo que uma boa decisão faz com que seja mais fácil tomar a seguinte. Somos o resultado das escolhas que fizemos em nosso passado. 
Reconheça como afeta suas ações o desenvolvimento dos princípios de seus filhos.

Os filhos copiam a conduta dos pais. Se os pais fumam os filhos tem mais possibilidades de converter-se em fumantes. Trate de avaliar como você usa o fumo, o álcool, os remédios receitados e inclusive os que se compram sem receita.

Considere que com suas atitudes e atos pode estar contribuindo à formação da decisão de seus filhos de tomar, ou não, álcool e outras drogas.

Isto não significa que, se você costuma beber um pouco de vinho nas refeições, ou a tomar ocasionalmente uma cerveja, precisa deixar de fazê-lo. Os filhos podem entender e aceitar que haja diferenças entre o que podem fazer os adultos, legal e responsavelmente, e o que se torna apropriado e legal para eles, sempre muito cuidado, para não ter que cobrar no futuro uma coisa que voce mesmo não realiza.

Deve manter, no entanto, esta distinção com toda clareza. A este respeito, seus filhos não devem intervir em absoluto: não devem preparar seu copo nem trazer-lhe a cerveja. E por mais inofensivo que pareça, não permita que provem uns goles.

Muitos de nós fazemos algumas coisas sem pensar no que significam. É algo normal. Porém, se queremos transmitir a nossos filhos a mensagem correta, convém que sejamos precavidos ante determinadas condutas.

 

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Como Ajudar Um Amigo Sem Ser o ''Dedo-Duro''

 

Alguns de vocês já se depararam ou estão se deparando com a descoberta de que um amigo ou pessoa próxima é um usuário de droga. E aí? O que fazer neste momento?

Num bate papo com jovens, sobre este tema, percebemos que a maioria (51,33%), afirmam que falariam diretamente com a pessoa, o adicto. Outros 43,36%, falariam com a família do usuário. Uma pequena parcela (4,42%), mas ainda existente, se omitiria, e 0,88% falariam com a escola ou empresa na qual o individuo estuda ou trabalha.

E você? O que faria ou o que vai fazer?

Bem, diante de uma situação delicada como essa, vários aspectos podem ser analisados. Qual o seu grau de comprometimento, carinho, preocupação com aquele que está envolvido com as drogas?Qual a sua proximidade e intimidade com a pessoa?

É importante saber as respostas destas perguntas, pois você vai entrar num campo complexo, que é o de ajudar uma pessoa que muitas vezes não acha que precisa de ajuda, o que pode abalar profundamente a relação de vocês.

Antes de tomar qualquer atitude, perceba que você está lidando com um problema extremamente sério, e que nem sempre temos a felicidade de sermos bem recebidos pelo usuário, que em muitas das vezes nega seu estado avançado de dependência física e/ou psíquica.

Porém, volto sempre a enfatizar, que a adicção é uma doença crônica e precisa ser levada a sério e tratada como tal. Não se esqueça disto!

Você pode se questionar se vai ser um "dedo-duro" ou um intrometido ou que vai perder a amizade da pessoa, caso você toque neste assunto... mas pense bem, não é bem provável que você perca a pessoa como um todo, se ela continuar a se envolver com as drogas?

Quando nos importamos verdadeiramente com uma pessoa, não deveríamos estar preocupados com o que egoisticamente poderíamos perder, mas sim o quanto podemos ajudá-la ao tentarmos mostrar um caminho diferente daquele que ela vem percorrendo e que aos poucos, ou rapidamente, vem destruindo a vida dela.

Agora que você já se deu conta de que nem sempre a ajuda é bem vinda e que sua tentativa pode ser bem frustrante; você ainda acha que vale a pena tentar?

Espero que sim, pois se não acreditarmos que existe recuperação para esta doença, é melhor permanecermos omissos, como os 4,42% da enquête, e não nos arriscarmos a sofrer junto com a pessoa com a qual nos preocupamos tanto.

Bem, tomada a decisão de que você quer realmente ajudar um amigo adicto, tente primeiro conversar com ele. Pois, ele é a pessoa mais interessada neste assunto, ele tem um problema muito sério, e enquanto ele não se der conta disso, fica extremamente difícil alguém ajuda-lo a fazer alguma coisa pela sua vida.

Converse francamente, tente entende-lo, e ao mesmo tempo, mostre a ele que existem outras maneiras de resolver os problemas ou de curtir a vida. E que se o organismo dele já está dependente das drogas, faça-o lembrar da época em que essas substâncias não faziam parte de sua vida e que ele vivia muito bem sem elas.E que finalmente, existem tratamentos para que estas substâncias diminuam seu poder de sedução e dependência no organismo.

Incentive-o a pedir ajuda a pessoas de confiança, da família ou não, e a procurar ajuda de profissionais. Se hoje, existem técnicas, medicamentos e especialistas adequados para a recuperação, então porque não lançar mão delas?!

Se a resposta de seu amigo for completamente negativa, não hesite em avisá-lo que você poderá falar diretamente com a família dele. Sem ameaça, sempre mostrando que ele tem um problema e que você irá fazer de tudo para ajudá-lo.

Caso este seja o próximo passo, descubra quem é a pessoa na família em quem ele mais confia, um irmão(ã), um tio(a), pai, mãe, um primo(a), e recorra a ela. Lembre a este familiar que o vínculo de confiança e carinho são muito importantes na recuperação de um usuário.

O medo de ser o causador de uma decepção familiar pode ser uma grande barreira para que o adicto se abra com a família. No entanto, enquanto o usuário esconde-se atrás deste medo, o seu vício e sua vida tendem a se descontrolar. Será que vale a pena esperar ele resolver?

É uma luta pela vida. Se você ainda não havia descoberto um sentido para se envolver com um amigo desta maneira, até para ser chamado de "dedo-duro" por este mesmo amigo, acabamos mostrar que você pode estar ajudando uma pessoa querida a dar o primeiro passo. Depois é só acompanhar e torcer para que ele tenha força para continuar lutando pela própria vida.

 

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